quinta-feira, 12 de abril de 2012

Baixada: Creches cobram repasses - Jornal O Dia 01/04/2012

Em Nova Iguaçu e em Mesquita, as entidades não receberam dinheiro das prefeituras
Por Geraldo Perelo

Rio - Apenas 8,46% das 197.087 até 3 anos da Baixada são atendidas em creches. Delas, a maioria está em instituições privadas sem fins lucrativos, segundo pesquisa, feita em 2011 pela ONG Solidariedade França Brasil (SFB), a partir de dados do IBGE e do Censo Escolar do Ministério da Educação (MEC).
Para atenderem às crianças, esses estabelecimentos, em grande parte, dependem de ajuda oficial. E, em Nova Iguaçu, como O DIA mostrou na terça-feira enfrenta dificuldades crescentes.
Creches Comunitárias da cidade estão, desde 2011, sem receber merenda ou o repasse do convênio com a prefeitura. Dois dias após a denúncia, o Núcleo de Creches e Pré-Escolas Comunitárias da Baixada Fluminense (Nucrep) revelou que a situação é igual na maioria das 42 unidades filiadas.
Aparecida Viana, presidente da Creche Comunidade Viva, que atende a 100 crianças em Mesquita, contou que está dependendo de doações. "Devemos a bancos, à Light e aos nossos funcionários, que não recebem há cinco meses".
Este ano, de novo, diz ela, foi apresentada a documentação exigida. Mas até agora ainda conseguiram renovar o convênio com o município. Dirigente da Creche Cristo Vive, que atende a 186 crianças de até 5 anos, também na Chatuba, o pastor André Dantas Lopes disse estar desesperado. "Eles colocam uma série de exigências como meio de postergar", alegou.
Segundo Lopes, o governo municipal deve ainda R$ 29.900,00 referente à alimentação das crianças. A dívida, afirma, é do ano de 2010. André Lopes disse que a prefeitura alega que houve erro no sistema de informática e que, agora, não pode mais fazer o repasse porque mudou o ano, e o orçamento é outro.
Ele argumenta que foi obrigado a pegar empréstimo de R$ 24 mil em um banco para pagar aos fornecedores e acabou com o nome no SPC e no Serasa porque não conseguiu pagar.
A assessoria do prefeito de Mesquita, Artur Messias, alegou que o convênio da creche Comunidade Viva foi enviado para publicação no Diário Oficial e pagamento. As demais entidades, segundo a assessoria, não entregaram toda a documentação exigida.


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